A Etiópia realiza, nesta terça-feira (22), a apuração dos votos de eleições “históricas”, de acordo com seu primeiro-ministro, no dia seguinte a uma votação crucial em um país mergulhado na violência e na fome, especialmente na região do Tigré (norte).

Apesar de as eleições legislativas e regionais não terem sido realizadas em um quinto das circunscrições eleitorais, por razões de segurança e de logística, o primeiro-ministro Abiy Ahmed elogiou, nesta terça, um dia “histórico” para a Etiópia.

“Todas as camadas da sociedade participaram para fazer ouvir suas vozes nas primeiras eleições livres e justas em nosso país”, escreveu no Twitter.

Foi possível perceber “a seriedade, o compromisso com a paz e o processo democrático (do) povo”, acrescentou.

O líder também apelou a “todos os partidos políticos para seguirem o processo pacífico (…) e para garantirem que nenhum problema ocorra nos próximos dias até que a contagem de votos termine, e os resultados sejam anunciados”, segundo um comunicado divulgado por seu gabinete.

Quando foi nomeado primeiro-ministro em 2018, Ahmed, prêmio Nobel da Paz de 2019, prometeu que essas eleições legislativas e regionais seriam as mais democráticas da história do país.

As eleições estavam marcadas para agosto de 2020, mas a pandemia de coronavírus e os problemas de segurança forçaram seu adiamento duas vezes. O Partido da Prosperidade de Ahmed é o favorito para obter a maioria e formar um governo depois das eleições. Participaram 40 partidos e 9.500 candidatos.

Na Etiópia, os deputados elegem o primeiro-ministro, que lidera o governo.

A imagem de Ahmed como reformista e pacificador foi manchada pela eclosão da violência étnico-política no país e pelo conflito na região do Tigré. (AFP)

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