A automedicação é uma prática recorrente entre os brasileiros, e na pandemia, as pessoas passaram a se automedicar com maior frequência. Segundo estudo do Conselho Federal de Farmácia (CFF), os números chegaram a um índice de 857% de crescimento de vendas e consumo de remédios por conta própria.

Ainda segundo o levantamento, foi observado um aumento das vendas e do consumo de medicamentos como Vitamina C, Vitamina D, Azitromicina, Dexametasona, Nitazoxanida e Hidroxicloroquina.

Daikelly Iglesias Braghirolli, coordenadora do curso de Farmácia do Centro Universitário Cesuca, relata que a cultura da automedicação é bastante presente entre os brasileiros e que cerca de 77% das pessoas, ainda segundo o CFF, costumam se automedicar.

“Durante a pandemia, a prática da automedicação tem sido ainda mais frequente. As pessoas ficam com receio de ir até postos de saúde ou clínicas médicas e utilizam medicamentos por conta própria. Outro motivo que contribui para essa prática são as falsas promessa de cura a partir de certos medicamentos. Essa cultura social é prejudicial à saúde, seja ela pessoal ou coletiva, haja vista que quanto ao coronavírus, por exemplo, as únicas formas de interromper a transmissão da doença consistem na vacinação e distanciamento social com uso de máscaras”, ressalta.

A farmacêutica ressalta ainda, que ao contrário do que as pessoas pensam, a automedicação pode trazer diversas complicações e riscos à saúde. “Apesar de, aparentemente, o uso de medicamentos por conta própria parecer solucionar um problema, ele pode causar o oposto. Essa ação pode agravar uma doença ou, até mesmo, causar uma nova enfermidade e até mascarar sintomas, dificultando um diagnóstico correto”, alerta.

Daikelly explica, que entre os problemas recorrentes desse contexto, é preciso mencionar os antimicrobianos e o desenvolvimento de resistência por microorganismos que comprometem a eficácia da terapia medicamentosa. “Utilizar qualquer tipo de medicamento por conta própria também pode causar intoxicações, reações alérgicas, e interações medicamentosas, ressalta a farmacêutica.

CATEGORIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS

“Os que não apresentam tarja são medicamentos de venda livre, isto é, podem ser comercializados e adquiridos por um indivíduo, sem a obrigatoriedade de prescrição médica. Contudo, esses medicamentos não são isentos de efeitos colaterais e reações adversas, que podem ser bastante desconfortáveis, e quando usados de forma inadequada, também podem ocasionar intoxicações”, enfatiza.

Por fim, a farmacêutica alerta que até mesmo o uso de plantas medicinais deve ser feito com prudência e que os indivíduos sempre devem buscar informações corretas com profissionais de saúde. “Farmacêuticos podem auxiliar nas dúvidas existentes dos pacientes, pois estão capacitados para informar sobre os riscos do uso de um determinado medicamento e a orientar sobre o seu uso correto. Entretanto, o encaminhamento médico e a prescrição médica sempre devem ser procurados”, destaca.

Sobre o Cesuca – Localizado em Cachoeirinha, na região metropolitana de Porto Alegre, o Centro Universitário Cesuca é uma das referências no ensino superior gaúcho pela sua excelência na qualidade acadêmica. Possui elevados índices de avaliação e está entre as melhores instituições de ensino superior do Brasil e do Rio Grande do Sul.

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