
Pablo Nahuel Grillo, 35 anos, registrava a manifestação de aposentados argentinos que protestavam, nessa quarta-feira (12/3), contra cortes e vetos no direito de aposentadoria promovidos pelo presidente Javier Milei, quando foi atingido na cabeça por uma bala de gás lacrimogêneo disparada pela polícia. Ele está em estado grave.
O profissional foi socorrido por manifestantes e levado ao hospital. O pai do fotógrafo, Fabian Grillo, disse, à imprensa argentina, que o filho está em uma situação “muito grave” e informou que ele será operado em um hospital de Buenos Aires, capital da Argentina.
Um vídeo mostra o exato momento em que Pablo foi atingido. Pelas imagens, é possível vê-lo agachado atrás de um objeto pegando fogo, quando é atingido por algo e cai no chão.
Veja abaixo:
Fabian culpou a ministra de Segurança, Patricia Bullrich, e o presidente Javier Milei pela situação do filho.
“Por culpa de uma bêbada filha da puta e de um desequilibrado, que fala com um cachorro morto, a vida do meu filho está em risco. Ser militante é um orgulho. Ele também é militante, mas é fotógrafo e estava trabalhando de forma independente. Ele sempre documenta quando há esse tipo de atividade”, explicou o pai.
O chefe de Gabinete do governo Milei, Guillermo Francos, lamentou o ocorrido, chamando-o de “acidente não previsto” e “consequência lamentável” dos protestos.
“Claro que tentaremos esclarecer a situação. É verdade que esse tipo de episódio gera essas consequências, esses acidentes inesperados. A polícia não lança gás diretamente em uma pessoa, lança para que caia e provoque a dispersão dos manifestantes, para desmobilizá-los. Às vezes, pode acontecer que uma situação leve a um acidente lamentável. Espero que a pessoa ferida possa se recuperar”, destacou Francos.
As autoridades argentinas informaram que seis policiais ficaram feridos durante o protesto. De acordo com o jornal argentino Clarín, 60 pessoas foram presas durante a manifestação.
Manifestação de aposentados
Membros de torcidas organizadas da Argentina entraram em confronto com forças policiais do país durante uma manifestação de aposentados argentinos que protestavam contra cortes e vetos no direito de aposentadoria promovidos pelo presidente Javier Milei.
Barras bravas — como são conhecidos os torcedores organizados argentinos — de clubes como Boca Juniors, River Plate, Tigre, Independiente, Racing, San Lorenzo e Vélez Sarsfield participaram do ato em frente ao Congresso do país, em Buenos Aires. As manifestações têm sido realizadas regularmente às quartas-feiras, com registros de repressão policial.
Além de críticas contra o veto de Milei ao aumento de aposentadorias no país, os manifestantes cobram a recomposição dos direitos de aposentadoria, e a restituição do direito de receberem remédios gratuitos do governo.
Depois que os barra bravas anunciaram a intenção de participar dos protestos, o Ministério da Segurança da Argentina emitiu um comunicado ameaçando expulsar de eventos esportivos no país aqueles torcedores que causassem “distúrbios” no ato.
Com informações de Metrópoles