Veja – O líder opositor Juan Guaidó voltou à Venezuela na terça-feira 11 após um turnê internacional que durou 23 dias. Ele foi recebido no aeroporto internacional de Maiquetía, que serve a capital Caracas, em meio a golpes, empurrões e insultos de apoiadores e partidários do presidente Nicolás Maduro.

Horas após seu retorno, Guaidó denunciou o desaparecimento de seu tio, Juan José Márquez. Segundo a equipe do deputado, Márquez foi interceptado pelas autoridades alfandegárias pouco depois de desembarcar em Caracas com o sobrinho.

“Denunciamos o desaparecimento de Juan José Márquez, tio do presidente (encarregado) Juan Guaidó, que acompanhava o presidente no avião no momento da chegada à Venezuela”, informou no Twitter o Centro Nacional de Comunicação (CNC) de Guaidó. Além disso, também responsabilizaram o presidente Nicolás Maduro e o diretor de segurança do Aeroporto Internacional Maiquetía, Franco Quintero, “por sua integridade física”.

“Exigimos sua libertação”, continua a mensagem da equipe de Guaidó, que mais de cinquenta países reconhecem como presidente interino da Venezuela. Eles explicaram que Márquez estava acompanhando Guaidó em seu retorno à Venezuela após uma viagem internacional de 23 dias.

“Depois da passar pela imigração normalmente, e estando prestes a partir, Márquez foi contatado para uma suposta revisão do Seniat (Serviço Nacional Integrado de Administração Aduaneira e Tributária)”, acrescentaram as informações.

Após cruzar os controles de imigração, Guaidó foi ao saguão de desembarque do aeroporto de Maiquetía, que serve Caracas, onde cerca de 200 apoiadores do chavismo o esperavam e o insultaram até que ele conseguisse chegar ao seu veículo e deixar o local.

Com uma camisa branca e um crucifixo de madeira no peito, o opositor chegou ao aeroporto escoltado, enquanto a multidão tentava se aproximar e deputados opositores e jornalistas acabaram sendo agredidos.

“Aproveitando o caos no aeroporto causado pela violência da ditadura, eles seguraram o senhor Márquez”, acrescentou a mensagem do CNC no Twitter. Finalmente, eles explicaram que vários “membros da família relataram que ele os contatou” e disseram que os funcionários do Seniat “exigiam apenas que ele assinasse alguns papéis para poder sair”.

“A partir desse momento, nunca mais se ouviu falar dele. Denunciamos o desaparecimento forçado e exigimos sua libertação”, concluíram.

A última parada conhecida de Guaidó havia sido nos Estados Unidos, onde foi recebido pelo presidente Donald Trump, que prometeu “esmagar” a tirania do governo de Nicolás Maduro.

O político, de 36 anos, havia deixado o país clandestinamente em 19 de janeiro, já que está proibido de sair da Venezuela por diversos motivos judiciais. Nesta terça, ao chegar, Guaidó publicou uma foto em frente a um funcionário da imigração.

Há mais de um ano, Guaidó se autoproclamou presidente interino, depois que Maduro assumiu um segundo mandato questionado após irregularidades nas eleições de 2018.

O sucessor de Hugo Chávez permanece no poder, apesar das sanções dos Estados Unidos, incluindo um embargo de fato ao petróleo bruto da Venezuela que é crucial para sua economia, em forte recessão desde 2013. Maduro conta com o apoio da China e Rússia.

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