A Guarda Costeira dos Estados Unidos está à procura de 39 pessoas que desapareceram depois que o barco em que navegavam virou em frente ao litoral da Flórida. As buscas se dão com base no relato de um homem encontrado sozinho agarrado ao casco virado da embarcação. A suspeita das autoridades é que o naufrágio tenha ocorrido em meio a uma operação de tráfico de pessoas.

Nota emitida pela autoridade portuária informou que uma pessoa resgatou o homem na manhã desta terça (25), num ponto do mar cerca de 72 quilômetros a leste de Fort Pierce Inlet. O indivíduo contou que o barco em que ele estava saiu de Bimini, uma ilha nas Bahamas a 80 quilômetros de Miami, na noite de sábado (22), com outras 39 pessoas a bordo.

De acordo com o que disse esse sobrevivente, o naufrágio se deveu às condições meteorológicas adversas. Nenhum dos passageiros usava colete salva-vidas. A nacionalidade do homem resgatado não foi divulgada, e tampouco são conhecidas as origens dos 39 desaparecidos.

Vários barcos de patrulha e aeronaves foram mobilizadas pela Guarda Costeira americana para rastrear uma área das ilhas Bimini a Fort Pierce Inlet, mais ao norte. Um porta-voz da Guarda Costeira relatou à agência Reuters que na última sexta (21) um resgate de 32 pessoas já havia sido feito depois que um barco virou na mesma região.

As Bahamas, um arquipélago de 700 ilhotas (39 delas habitadas), costumam ser ponto de trânsito para migrantes que querem chegar aos EUA em viagens marítimas arriscadas. Em geral, essas pessoas partem de Cuba e do Haiti.

Esse tipo de incidente não é raro na costa da Flórida. Em maio do ano passado, 12 cubanos morreram após a embarcação em que estavam virar próximo a Key West. Outros 8 foram resgatados com vida na ocasião.

De acordo com a Guarda Costeira, ao menos 557 migrantes da ilha já foram capturados neste ano fiscal, iniciado em outubro de 2021. Nos cinco anos anteriores somados, foram cerca de 7.400 apreensões do tipo. Entre haitianos —que convivem em seu país com um empilhamento de crises políticas, econômicas, sociais e climáticas—, já são 159 pessoas interceptadas neste ano fiscal.

Na semana passada, 90 dominicanos foram repatriados depois que três embarcações na região de Porto Rico foram bloqueadas por causa da migração irregular.

Do outro lado do Atlântico, travessias marítimas de migrantes também chamaram a atenção no final de 2021. Em novembro, ao menos 27 deles morreram tentando cruzar o Canal da Mancha, no pior acidente do tipo na região desde 2014, quando dados locais começaram a ser coletados.

Quadrilhas passaram a usar a rota marítima depois que os governos da França e do Reino Unido apertaram a fiscalização sobre caminhões, nos quais os migrantes eram escondidos. Em alta desde 2018, as travessias em botes explodiram neste ano, causando atritos entre os dois países.

Segundo as autoridades de Paris, só em 2021 mais de 31 mil pessoas tentaram cruzar o canal a partir da costa francesa, com mais de 7.800 resgatados; pediram asilo no Reino Unido quase 26 mil imigrantes. (Folha de S.Paulo)

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