Estadão – O governo da Guatemala cancelou a reunião com o governo dos Estados Unidos na qual seria firmado um acordo para que o país centro-americano se tornasse um local de acolhida de imigrantes. A decisão foi tomada no domingo, 14, e o governo guatemalteco negou que tenha intenção de avançar as tratativas desta natureza.

Diante da oposição de distintos setores da sociedade, que apresentaram ações à suprema corte do país, Jimmy Morales, presidente da Guatemala, cancelou a reunião, prevista para esta segunda-feira, 15, em Washington. “Devido às especulações e ações legais apresentadas à Corte Constitucional e aceitas, decidiu-se cancelar o encontro bilateral até que seja conhecido o resultado das ações na Corte”, informou um comunicado do governo guatemalteco.

Caso o acordo fosse adiante, a Guatemala se tornaria um “terceiro país seguro”. Isso quer dizer que a nação centro-americana teria que tramitar os pedidos de asilo de todos os imigrantes que passem por seu território rumo aos Estados Unidos. A Corte Constitucional guatemalteca, no entanto, acolheu uma medida que impede tal medida. Agora, o acordo entre Guatemala e Estados Unidos só poderá ser firmado se houver aprovação do Congresso local.

Repercussão

A mera possibilidade da medida causou indignação na população, a menos de um mês para as eleições presidenciais que devem escolher o sucessor de Morales.

Embora funcionários do próprio governo tenham reconhecido a existência das tratativas entre os dois governos, a nota oficial divulgada pelo governo assegurou que “em nenhum momento” houve a hipótese de se firmar acordo algum para “transformar a Guatemala em um “terceiro país seguro”.

Em março, Washington suspendeu a ajuda concedida a Guatemala, El Salvador e Honduras, depois de Trump acusar as nações de não fazerem nada para deter o fluxo de imigrantes rumo aos Estados Unidos.

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