O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto sancionou na terça-feira (29) o Projeto de Lei do Executivo Municipal que cria a Política de Qualificação do Servidor para Treinamento e Habilitação na Língua Brasileira de Sinais (Libras). O projeto é uma indicação do vereador André Luiz (PTC) e sugere que órgãos e instituições municipais de Manaus disponham de intérprete de Libras para auxiliar as pessoas surdas,  que buscarem atendimento no serviço público da capital do Amazonas. Com isso, muito em breve, as pessoas surdas terão à disposição um profissional capacitado na língua de sinais em todos os setores da administração pública municipal, sempre que houver necessidade.

De acordo com o parlamentar, cerca de 1500 servidores serão capacitados pela Escola de Serviço Público Municipal e Inclusão Socioeducacional (Espi).

André Luiz afirma que o momento é de muita alegria, uma vez que, com a Lei, os surdos terão acesso à informação de forma facilitada. “Para mim que sou vereador de primeiro mandato ter uma indicação aceita e sancionada pelo prefeito é de uma grande satisfação. Esse projeto é o primeiro em Manaus e no Brasil. Não existe nenhum outro projeto, nem parecido em todo país. E ele vem para beneficiar toda a comunidade surda da nossa cidade”, afirma.

Inclusão social

Para André, a falta de um intérprete que ajude os surdos limita a inclusão social e trás, em alguns casos, até constrangimentos àqueles que precisam de algum atendimento e não são compreendidos porque não há uma pessoa que os entenda. “Eles tem muita dificuldade e só conseguem resolver devido à ajuda de amigos ou quando pagam alguém que tenha o curso de Libras para ajudá-los a se comunicarem melhor em locais públicos”, destaca.

Mais facilidade no acesso à informação

Após várias conversas com membros da comunidade surda em Manaus, André Luiz conta que, apesar dos avanços, eles ainda enfrentam barreiras de acessibilidade e têm dificuldades para conseguirem realizar atividades cotidianas. “Nosso objetivo com esse projeto é garantir maior inclusão social às pessoas surdas de modo que o serviço público seja de qualidade e atenda a todo cidadão sem distinção”, afirma.

André Luiz ressalta que nos hospitais ou durante o atendimento médico em UBS, os problemas são ainda mais graves. “Às vezes, as palavras do médico são muito técnicas, e isso fica muito confuso. O médico não entende o paciente surdo e o paciente não entende o médico. Daí, a importância de um profissional capacitado para intermediar esse atendimento”, explica.

Números

De acordo com números do último censo do IBGE divulgado em 2010, a iniciativa vai atender a um universo de 80 mil pessoas surdas em Manaus.  No Amazonas, esse total chega a 120 mil pessoas de uma população de surdos estimada em 9,8 milhões em todo o país.

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