O ex-presidente Lula garantiu a parlamentares e sindicalistas do Amazonas nesta terça-feira, 3, em São Paulo, que fará de tudo para preservar a Zona Franca de Manaus (ZFM) caso volte à Presidência da República. A declaração aconteceu durante o ato de adesão oficial do Solidariedade à futura candidatura do ex-presidente na sede do Sindicato dos Metalúrgicos.

Além da presença de liderança políticas, como Omar Aziz e o deputado federal Marcelo Ramos, por exemplo, o encontro foi marcado por representantes do Solidariedade, PT, PCdoB, PV e PSD.

Vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados da Força Sindical (Sindnapi), o amazonense Carlos Lacerda entregou a Lula recipientes com xaropes, guaranás e outros refrigerantes fabricados na capital amazonense, para lembrar que o segmento de concentrados e refrigerantes tem uma das cadeias produtivas mais extensas do Polo Industrial de Manaus (PIM) e responde por cerca de oito mil postos de trabalho em Manaus e outros municípios, entre os quais Maués e Presidente Figueiredo.

Lula recordou que em seus governos fez de tudo para garantir a prorrogação da ZFM e deu todo o apoio ao modelo, mas ressaltou que sua possível volta à Presidência só acontecerá em 2023, sendo necessário lutar em todas as frentes e com todas as armas para que não haja mais prejuízos até o fim deste ano.

No evento, Lula voltou a dizer que a geração de emprego deve ser uma obsessão. “Nós precisamos garantir o emprego, o emprego tem que ser uma obsessão. Vamos ter que fazer das tripas coração para que a gente possa garantir a essa juventude a oportunidade de estudar, a oportunidade de trabalhar, a oportunidade e a certeza de que não será violentada pela agressividade da periferia do país”.

Lula também destacou a importância de o governo criar política de estímulo ao empreendedorismo, com recursos do BNDES, para facilitar a vida de quem quer criar seu próprio negócio, e criticou a qualidade do emprego atual com trabalhadores, como os de aplicativo, que não têm nenhum direito e seguem rotina quase como escravos.

“A gente não pode aceitar a ideia de que trabalhador de bicicleta que entrega ifood é empreendedor. Não. Ele está sendo transformado num escravo porque ele trabalha, carrega comida nas costas, sem ter dinheiro para comer; não tem descanso semanal remunerado, não tem férias, se a moto cai e quebra, não tem seguro para pagar; se a mulher fica grávida, não tem plano de saúde para o parto. Então, que empreendedor é esse? Nós precisamos garantir que essas pessoas que trabalham tenham o respeito de trabalhador, que a lei proteja essa gente e que não sejam tratados como os escravos eram tratados há 350 anos”, discursou.

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