As arquibancadas do principal palco esportivo da capital federal voltarão a ganhar vida nesta quarta-feira (21/7), a partir das 21h30. O duelo de volta das oitavas de final da Copa Libertadores, entre Flamengo e Defensa y Justicia, contará com cerca de 17.500 espectadores no Mané Garrincha.

No entanto, torcedores revelam uma mescla entre animação e preocupação para o retorno do público aos estádios. A Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) e o Governo do Distrito Federal (GDF) exigiram a comprovação das duas doses da vacina contra a covid-19 – dose única no caso da Janssen -, ou o teste RT-PCR negativo com 48 horas de antecedência.

Um ano, quatro meses e nove dias. Esse é o tempo que separa o Flamengo de sua apaixonada torcida. A última exibição rubro-negra no Maracanã. diante do público foi em 11 de março de 2020, para mais de 63 mil pessoas, na vitória por 3 x 0 sobre o Barcelona de Guayaquil, também pela Libertadores. “Eu já não aguentava mais ver jogo só pela TV. Mas tenho minhas dúvidas se as arenas estão preparadas para o retorno dos torcedores”, desabafa Alan Oliveira, morador do Jardim Botânico, em Brasília.

Alan acompanhou quase todas as partidas do Flamengo desde a reinauguração do Mané Garrincha para a Copa do Mundo de 2014. “Desde 2013, só não fui a dois jogos. É um alívio poder voltar a ocupar as arquibancadas, principalmente, pelo torneio mais importante das Américas”, diz. Apesar da alegria de reencontrar o time do coração, a circulação do coronavírus preocupa. “Vou ser sincero, tenho um certo receio, ainda mais pelo que aconteceu na final da Copa América, quando muita gente entrou no estádio com testes falsificados. Isso dificulta a segurança no estádio”, pondera.

A youtuber Paula Alvarenga, mais conhecida como Paulinha, vem direto do Rio de Janeiro para acompanhar a partida decisiva. Para ela, apesar da liberação do público, não há mais locais 100% seguros. Ela conta que a realidade do Rio é de uma vida praticamente normal, onde tudo está permitido, menos espectadores nos estádios. “Creio que, com esse protocolo, será bem tranquilo e muito mais seguro do que ir ao cinema”, compara a carioca.

Não será a primeira vez que Paula acompanhará o Flamengo em Brasília, porém, a partida desta quarta-feira tem um sentimento diferente pelo retorno dos torcedores às arquibancadas. “Estou animada e ansiosa, espero muito que tudo dê supercerto e passe a ser um modelo para outras partidas. Torcendo também pela organização do evento”, disse.

Corrida pelos testes de covid-19

Cumprindo as exigências do GDF e da Conmebol, Alan apresentará o resultado de seu teste RT-PCR na véspera do jogo. O público que comprovar o resultado negativo para covid-19 ficará separado dos torcedores que ingressarem ao estádio com a caderneta de vacinação preenchida contra o coronavírus. Os imunizados ocuparão o Setor Leste Inferior, enquanto os demais espectadores poderão acompanhar a partir dos demais setores disponíveis. O programador de sistemas falou que o agendamento do exame ocorreu sem problemas. “Consegui agendar para fazer em casa mesmo”, ressaltou.

Já Paula conta que foi uma saga para realizar o exame. Elas reclamou que poucos laboratórios no Rio de Janeiro estão fazendo os testes rápidos. “Quase todos os cariocas estão indo viajar sem saber o resultado do exame. Vamos receber quando já estivermos chegando em Brasília”, disse. Procurado pelo Correio, o Laboratório Exame informou que “está preparado para atender uma demanda extra e pontual” dos testes exigidos para a partida de futebol.

Alto valor dos ingressos gera reclamações

O Mané Garrincha pode receber até 25% da capacidade do estádio, ou seja, cerca de 17.500 espectadores. Com a pouca disponibilidades, os preços dos ingressos entre R$140 (a meia entrada) e R$ 500 geraram críticas dos torcedores. Paula destacou que, neste caso, ainda é preciso arcar com o exame para covid-19 no caso de quem não recebeu a vacina. “Ainda mais pensando em quem não é sócio-torcedor. A diretoria sabe que 90% desse público terá que pagar o RT PCR, que custa mais de R$ 200. Somando tudo, o ingresso mais barato saiu por R$ 340”, contou. (Correio Braziliense)

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