FOTO: Lincoln Ferreira/Sejusc

Uma socioeducanda de 17 anos teve uma manhã diferente, nesta quarta-feira (23/10), no Centro Socioeducativo de Internação Feminina, situado no bairro Alvorada, zona centro-oeste da capital. A jovem, que é de Iranduba (a 27 quilômetros de Manaus), participou de uma oficina de grafite. “É uma experiência que vou levar para toda minha vida”, relatou.

O centro, que é administrado pela Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc), recebeu um grupo de artistas para ministrar a atividade.

“A unidade sempre trabalha com a inserção de atividades artísticas e culturais, porque o trabalho de ressocialização precisa ser intensificado com o adolescente, que o ato infracional não é visto como sancionatório e, sim, pedagógico”, afirmou a diretora do socioeducativo, Kelly Cristine.

Ainda conforme a diretora, atividades artísticas como a desta quarta-feira ajudam a desenvolver, no jovem, o interesse pela cultura – que é fundamental para a ressocialização do adolescente.

“O jovem [que está dentro da unidade] está fora da escola e do convívio familiar, então, ele precisa de uma perspectiva para poder criar um novo projeto de vida. Essas oficinas são fundamentais nesse processo de ressocialização e ressignificação do adolescente em conflito com a Lei”, acrescentou Kelly.

Apaixonada por arte

A socioeducanda que participou da atividade disse que gostou muito a experiência. “Tive essa oportunidade de aprender sobre a arte, que é uma coisa que gosto muito. Todas as partes da oficina foram muito interessantes, achei muito bom”, afirmou a adolescente.

Após a atividade, a jovem deseja começar a fazer as suas próprias artes. “Quero muito, é uma experiência que vou levar para toda a minha vida, pois eu gosto muito de arte, de verdade. Ela faz parte da nossa vida, desde sempre”, completou a socioeducanda.

Poder de transformação

O produtor cultural e artista de grafite Avelino Borges foi um dos responsáveis por ministrar a atividade na unidade. Ele destacou a importância da parceria entre o Governo do Estado e os artistas, em projetos com adolescentes em conflitos com a Lei.

“A gente acredita que a arte tem poder de transformação, poder de inclusão social e um poder de ressignificar a vida desses adolescentes. Ao mesmo tempo em que apresenta alternativas positivas”, concluiu Avelino.

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