Joilson Souza

Joison Souza

No beira do campinho, lá no porto, perto do barranco
tem um amontoado de parente: é pirão de muita gente!
Não é de farinha, nem de piracuí peixe do igarapé,
é mistura boa de tudo, do jeito que o povo é.

Tem nego, caboco e branco,
tem curumim e cunhã,
tem sotaque caboco , tem a comadre coçando carapanã

É reza com tamborim,
é dança de parintin,
é peixe moqueado à brasa
com pimenta e tucupi no fim.

Tem índio de pé no chão,
tem reza no barracão,
tem caboclo que atravessa o rio
no remo da tradição.

Pirão de gente se faz
com respeito, força e cor,
com suor do agricultor
e a fé do pescador.

Se misturou no caldeirão
do tempo e da correnteza,
o povo do Amazonas
é feito de natureza.

É pirão de identidade,
de cultura bem quente.
Mistura que orgulha a alma:
somos tudo… pirão de gente!

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