Três em cada 10 (31%) empresários donos de micro, pequenos e médios negócios no Brasil dizem estar preocupados, sobretudo, com algum tipo de vazamento de informação no âmbito do PIX, o novo sistema de pagamentos instantâneos desenvolvido pelo Banco Central (BC).

Isso é o que mostra o QB Insights, pesquisa encomendada pela fintech Intuit QuickBooks, desenvolvedora de software de gestão para pequenas empresas e escritórios contábeis, e divulgada na segunda-feira (9/11). No total, 1.190 empreendedores foram ouvidos.

Os participantes foram questionados sobre o que mais temem em relação ao PIX. Após “vazamento de informações”, que lidera o ranking, 23% se disseram preocupados pois não sabem quem responsabilizar em caso de problemas e 17% têm medo de serem hackeados.

Além disso, 15% identificam outra barreira antes de apostar no sucesso do PIX: não são adeptos do uso de novas tecnologias. Por fim, cerca de 14% dos empreendedores que participaram da pesquisa marcaram a alternativa “Nenhuma das anteriores”.

Chefe de vendas da Intuit QuickBooks, Davi Viana explica que toda nova tecnologia depende de um período de adaptação natural. “Não dá para esperar que alguém vai criar uma tecnologia nova e as pessoas vão consumi-la imediatamente sem qualquer tipo de preocupação”, diz.

Levantamento realizado pela empresa de segurança Kaspersky identificou, entre 5 de outubro – início do período de cadastramento das chaves – até o fim desse mês, o registro de mais de 100 domínios fraudulentos com o termo PIX.

A criação de sites falsos é um dos primeiros estágios de um golpe. No entanto, apesar do temor relatado pelos futuros usuários – o PIX começará a funcionar amplamente na próxima segunda-feira (16/11) –, o Banco Central garante que o sistema é seguro.

​”O PIX conta com diversos mecanismos de segurança, alguns dos quais desenvolvidos com exclusividade para essa inovação”, explicou o BC. Segundo o banco, o novo sistema de pagamentos conta com “motores antifraudes” operadores pelos bancos.

“A identidade do pagador é digitalmente autenticada, por senha, token, reconhecimento biométrico, ou outro método de segurança adotado pela instituição de relacionamento, antes qualquer pagamento ou transferência”, complementou a autarquia.

Já sobre a dúvida de parte dos empresários de não saber a quem recorrer caso caiam em fraudes, o Banco Central explica que caberá ao prestador de serviço de pagamento a análise do caso e eventual ressarcimento, assim como ocorre em fraudes bancárias.

Velocidade

Por outro lado, a pesquisa encomendada pela Intuit QuickBooks também questionou sobre o que mais tem motivado os empresários a aderir ao PIX. Dois em cada cinco donos (41%) são entusiastas do sistema por causa do imediatismo das transferências e dos pagamentos.

O serviço estará disponível 24 horas por dia, sete dias por semana e em todos os dias do ano.

Isso é o que defende o empresário André Hallane, sócio-operador da unidade da Asa Norte, em Brasília, da rede de hamburgueria Geléia/O Concorrente. Ele diz que, com o PIX, agora poderá resolver “problemas corriqueiros” de forma rápida, até mesmo em fins de semana.

“Por ser um comércio, a gente acaba movimentando muito dinheiro, então me chama a atenção a velocidade que teremos para resolver problemas. Uma transação que foi feita duas vezes no fim de semana, por exemplo, hoje só pode ser resolvida na segunda-feira”, afirma.

O empresário afirma também que o PIX vai baratear as opções da hamburgueria, que já estuda promoções para quem usar o novo sistema de pagamentos. Segundo a pesquisa, 40% dos empreendedores se dizem motivados por causa do custo menor ao se fazer transferências.

“A nossa intenção é trazer descontos para o cliente que vier na loja e usar o PIX. Diferente de um cartão, que a gente precisa de uma maquininha, e tem taxas, o PIX vai ser como o dinheiro físico”, afirma.

Para o country manager da Intuit QuickBooks no Brasil, o PIX se torna ainda mais relevante para o empreendedor pois vai oferecer a possibilidade de a empresa receber dos clientes e pagar contas e fornecedores com mais facilidade.

Leber ressalta ainda que a pesquisa mostra que 92% dos empreendedores consultados pagam algum tipo de tarifa mensal para instituições financeiras para realizar transferências bancárias.

“Para uma pequena empresa, deixar de ter essa despesa mensal, por menor que ela seja, pode representar uma economia significativa ao longo do ano”, complementa. (Metrópoles)

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