O presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, que enfrenta a maior onda de protestos desde que chegou ao poder em 1994, defendeu a independência do país neste domingo (16), diante de partidários na capital, Minsk. Com informações de RFI.

O chefe de Estado bielorusso enfrenta um movimento de contestação no país desde domingo (9), após sua reeleição. “Queridos amigos, chamei vocês aqui não para que me defendam, e sim porque, pela primeira vez em 25 anos, vocês podem defender a independência de seu país”, afirmou o líder na Praça da Independência, diante de cerca de 1.000 partidários.

Loukachenko também comentou a proposta da oposição, que busca apoio para organizar uma nova eleição presidencial e acusa o presidente de fraude no último pleito.

“Se isso acontecer, vamos perder o controle e as coisas nunca mais voltarão a ser como antes”, declarou, diante da multidão que agitava a bandeira vermelha do período soviético. “As eleições aconteceram e um resultado falso não pode ser mais de 80%”, declarou.

Ataque à oposição

Cercado de seguranças, Alexandre Loukachenko denunciou a intenção de impor ao país “um governo do exterior”, em alusão à opositora Svetlana Tikhanovskaya, sua principal rival na eleição presidencial. Ela reivindicou a vitória antes de abandonar o país e buscou refúgio na Lituânia por pressão das autoridades.

O filho do presidente, Nikolaï Loukachenko, apresentado como seu sucessor, estava ao seu lado durante o discurso. “Não temos amigos, todos querem nos derrubar. Belarus não será dividido como aconteceu em 1939. Não esqueceremos” disse Loukachenko. Ele também disse neste sábado (15) que seu aliado russo, Vladimir Putin, garantiu ajuda para preservar a segurança do país.

“Caso Belarus peça, uma ajuda completa será oferecida (pela Rússia) para garantir a segurança do país”, afirmou Lukashenko, citado pela agência de imprensa estatal Belta, depois que os dois líderes conversaram por telefone neste sábado.

O presidente fez referência a um acordo militar que associa Minsk a Moscou através da União da Rússia e de Belarus, uma aliança intergovernamental, e a Organização do Tratado de Segurança Coletiva (OTCS).

Após o telefonema, o Kremlin se disse “confiante” em uma rápida solução para a crise política em Belarus. Desde o domingo passado, dezenas de milhares de manifestantes contestam a reeleição de Lukashenko, sob a acusação de fraude, e criticam a repressão das forças de segurança.

O poder bielorrusso recebeu o apoio de Moscou, que denunciou diversas tentativas de “interferência estrangeira” para desestabilizar este aliado histórico da Rússia, apesar das diferenças nas últimas semanas entre dirigentes russos e bielorrussos.

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