Veja – O ministro do Interior da Itália, Matteo Salvini, anunciou nesta quarta-feira, 31, que 116 migrantes que estão há uma semana em um navio-patrulha da Guarda Costeira desembarcarão no porto de Augusta, na Sicília, depois de seu governo ter chegado a um acordo para que sejam distribuídos com Portugal, Alemanha, França, Irlanda e Luxemburgo.

Segundo Salvini explicou em um vídeo no seu Facebook, uma parte do grupo de migrantes ficará na Itália em lugares administrados pela Igreja Católica.

O navio-patrulha Gregoretti acolhia desde a semana passada 135 imigrantes que zarparam da Líbia no dia 25 de julho a bordo de duas balsas e outros 50 que foram resgatados por um pesqueiro italiano.

Salvini vinha se recusando a deixá-los desembarcar na Itália sem que houvesse um acordo para que todos fossem distribuídos com outros países da União Europeia (UE).

Nestes últimos dias, já haviam sido liberados uma mãe no oitavo mês de gestação, seu marido e seus dois filhos pequenos e posteriormente alguns migrantes menores de idade não acompanhados.

“Uma solução europeia foi encontrada para as mulheres e homens presos no navio Gregoretti”, tuitou o presidente da França, Emmanuel Macron, após o anúncio desta quarta. “Eles desembarcarão na Itália e serão recebidos em seis países, incluindo a França. Nosso país é fiel a seus princípios: responsabilidade, solidariedade e cooperação europeia”.

A promotoria da província de Siracusa, onde fica o porto de Augusta, abriu uma investigação sobre a situação do barco e ordenou uma inspeção médica.

Segundo o promotor Fabio Scavone, as condições no navio eram muito delicadas, com só um banheiro para as 116 pessoas a bordo. Além disso foram confirmadas que 29 pessoas sofriam várias doenças, entre elas sarna e um suposto caso de tuberculose.

Scavone tinha aconselhado o desembarque imediato dos migrantes doentes para impedir possíveis epidemias.

Outras embarcações italianas já foram proibidas de atracar em ocasiões anteriores pelo governo. Em agosto do ano passado, outro navio-patrulha da Guarda Costeira foi bloqueado por Salvini em frente à costa da Sicília durante cinco dias com 138 imigrantes a bordo.

A decisão custou a Salvini uma investigação judicial por sequestro de pessoas, mas o procedimento foi suspenso depois que a maioria dos senadores votaram contra autorizar a abertura do processo judicial, mantendo sua imunidade parlamentar.

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