Terra indígena Vale do Javari (Foto: Adam Mol/Funai )

A União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (UNIVAJA) com sede em Atalaia do Norte (AM) emitiu nota nesta sexta-feira, 17, contestando as informações da Polícia Federal (PF) que descartou a existência de mandantes no assassinato de Dom Phillips e Bruno Araújo.

De acordo com nota divulgada na manhã de hoje, a superintendência afirma que a morte de Bruno e Dom foram praticadas pelos irmãos Amarildo e Dos Santos e que os mesmos teriam agido sozinhos.

A Univaja reagiu e disse que a PF desconsidera as informações qualificadas, oferecidas pela instituição em vários ofícios, desde o segundo semestre de 2021, período de implementação da EVU.

De acordo com a coordenação do Univaja, os documentos descrevem os nomes dos invasores, membros da organização criminosa, seus métodos de atuação, como entram e como saem da terra indígena, os ilícitos que levam, os tipos de embarcações que utilizam em suas atividades ilegais.

Veja a nota na íntegra 

Com esse posicionamento, a PF desconsidera as informações qualificadas, oferecidas pela (UNIVAJA) em inúmeros ofícios, desde o segundo semestre de 2021, período de implementação da EVU. Tais documentos apontam a existência de um grupo criminoso organizado atuando nas invasões constantes à Terra Indígena Vale do Javari, do qual Pelado e Do Santo fazem parte. Esse grupo de caçadores e pescadores profissionais, envolvido no assassinato de Pereira e Phillips, foi descrito pela EVU em ofícios enviados ao Ministério Público Federal, à Polícia Federal e à Fundação Nacional do Índio. Descrevemos nomes dos invasores, membros da organização criminosa, seus métodos de atuação, como entram e como saem da terra indígena, os ilícitos que levam, os tipos de embarcações que utilizam em suas atividades ilegais.

Foi em razão disso que Bruno Pereira se tornou um dos alvos centrais desse grupo criminoso, assim como outros integrantes da UNIVAJA que receberam ameaças de morte, inclusive, através de bilhetes anônimos. A nota à imprensa, emitida pela PF hoje (17/06/22), corrobora com aquilo que já destacamos: as autoridades competentes, responsáveis pela proteção territorial e de nossas vidas, têm ignorado nossas denúncias, minimizando os danos, mesmo após os assassinatos de nossos parceiros, Pereira e Phillips.

Em Nota à Imprensa, no dia 17 de junho de 2022, a Polícia Federal (PF) registrou que as buscas pela embarcação utilizada pelo indigenista Bruno Pereira e pelo jornalista Dominic Phillips no dia do desaparecimento (05/06/22) continuam com o auxílio dos indígenas da Equipe de Vigilância da UNIVAJA (EVU). No entanto, a PF, através da “Operação Javari”, registrou que:

“Informa, também, que as investigações prosseguem e há indicativos da participação de mais pessoas na prática criminosa. As investigações também apontam que os executores agiram sozinhos, não havendo mandante nem organização criminosa por trás do delito.”

Artigo anteriorPanfletaço contra o trabalho infantil é realizado no Largo de São Sebastião
Próximo artigoJustiça decreta prisão de “Pelado da Dinha”, 3º suspeito envolvido na morte de Bruno e Dom; ele se encontra foragido