Um vídeo feito por Blanca e por outros transeuntes mostra Jeová, que é hipertenso, perdendo a consciência e ficando com olhos e boca entreabertos após as agressões.
“Ele [um policial] colocou o joelho no meu pescoço, daí minha mulher empurrou a perna dele. Aí ele forçou o cassetete no meu pescoço com todo o peso do corpo. Senti meu olho virar e fiquei desacordado. Não sei quanto tempo fiquei assim, se foram minutos, segundos”, relatou Jeová ao Uol.
Após recuperar os sentidos, não foi levado ao pronto-socorro. Foi algemado e encaminhado ao 1º DP, onde foi fichado por “dano, resistência e desobediência”.
Autorização
O casal tem autorização para vender na rua. Eles são licenciados para comercializar seus produtos na avenida São João, 250. Eles afirmam que, no dia da agressão, estavam apenas de passagem pela rua Direita, voltando para casa.
Os dois moram em uma ocupação na rua Quintino Bocaiúva. “Nesse dia estava chovendo e a venda estava fraca. Decidimos voltar para casa e, quando passávamos aqui pela rua, uma mocinha pediu um açaí. Fui tirar, e nessa hora eles chegaram falando que iam levar todas as nossas coisas”, conta Blanca, que trabalha como camelô há cinco anos com o marido.
A gente estava com a licença. Eu ando com ela plastificada e pendurada no carrinho. Eles não quiseram nem saber”, contou.
O investimento total dos bens apreendidos passa de R$ 3.000 – R$ 1.900 só do valor pago pelo triciclo. Para tirar a licença de camelô, o casal investiu R$ 420. “Eu perdi a cabeça, acabei surtando. É a única coisa que eu tenho”, disse Jeová.
PM
A PM classificou a ação como “legítima”. “A PM analisou todas as imagens, também de outros vídeos, que mostram a ação por várias perspectivas, inclusive do vídeo que flagrou o momento em que o ambulante quebra o vidro do veículo municipal, portanto a Polícia Militar considera a ação legítima”, diz a nota da corporação. (Metrópoles)