
O técnico do Real Madrid, Xabi Alonso, disse que acredita nas alegações de Antonio Rüdiger de que seu zagueiro foi vítima de ofensas racistas durante o jogo contra o Pachuca na Copa do Mundo de Clubes da Fifa no domingo (22), acrescentando que uma investigação da Fifa está em andamento.
Rüdiger e Gustavo Cabral, do Pachuca, se enfrentaram perto do final da partida no Estádio Bank of America, em Charlotte, Carolina do Norte, com os Los Blancos vencendo por 3 a 1.
Os dois jogadores chegaram perto um do outro antes de Rüdiger falar diretamente com o árbitro Ramon Abatti e apontar para Cabral.
Após o jogo, Cabral negou ter feito um comentário racista a Rüdiger.
“Foi uma briga, nós nos chocamos, ele levou um chute, disse que eu o acertei com a mão e depois houve uma discussão e o árbitro fez o sinal de racismo”, disse o jogador de 39 anos aos repórteres.
“Não houve nada ali. Era só uma palavra que a gente fala o tempo todo na Argentina. A gente fala ‘c***n de m****a ‘ (palavrão usado para chamar alguém de covarde) o tempo todo. Eu disse a mesma coisa para ele e acabou ali. Acabou meio quente porque, quando a gente estava indo para o vestiário, ele tentou me desafiar para uma briga e, bem, naquele momento você está com o coração batendo a mil por hora e nós dois estávamos indo em direção ao canto onde fica o vestiário e discutimos um pouco lá, nada mais”.
O técnico do Pachuca, Jaime Lozano, disse aos repórteres depois que não sabia muito sobre o incidente.
“Não falamos sobre isso no vestiário. Sim, falamos, mas exclusivamente sobre a partida. Não falei com o Cabral sobre isso”, disse Lozano.
“Não posso lhe dar uma explicação sobre isso porque esta é a primeira vez que ouço essa notícia. Não estou justificando de forma alguma, mas vou falar com ele e, conhecendo-o há algum tempo, isso nunca aconteceu com ele ou com nenhum desses jogadores do Pachuca”.
Rüdiger já foi alvo de abusos racistas em sua carreira, inclusive pelo Real Madrid em 2023 e quando jogou pelo Chelsea em 2019.
Escrevendo no The Players’ Tribune em 2021, Rüdiger escreveu que “nada realmente muda” o racismo no futebol, apesar das campanhas antidiscriminação.
“Há uma investigação, mas nada acontece de fato. De vez em quando, fazemos uma grande campanha nas redes sociais, e todos se sentem bem consigo mesmos, e depois voltamos ao normal”, escreveu o jogador da seleção alemã.
“Diga-me, por que a imprensa, os fãs e os jogadores se uniram para impedir a Superliga em 48 horas, mas quando há abuso racista óbvio em um estádio de futebol ou online, é sempre ‘complicado’? Talvez porque não sejam só uns idiotas nas arquibancadas. Talvez porque seja algo muito mais profundo”.
Com informações de CNN Brasil.