Pedro Castillo assumirá a presidência do Peru na quarta-feira, 28, e, no dia seguinte, fará um juramento simbólico na região de Ayacucho, no sul, palco da batalha que selou a independência do país andino. Professor rural de Cajamarca (norte), o esquerdista Castillo será empossado perante o Congresso para um mandato de cinco anos.

As cerimônias contarão com a presença de diversos dirigentes latino-americanos – entre eles o boliviano Luis Arce, o argentino Alberto Fernández e o equatoriano Guillermo Lasso – além do rei da Espanha, Felipe VI. A posse acontece no dia da comemoração do bicentenário da independência do Peru, proclamada em 28 de julho de 1821.

Na quinta-feira, Castillo, de 51 anos, viajará para o sul para participar de um juramento simbólico na Pampa de la Quinua, cenário da Batalha de Ayacucho em 9 de dezembro de 1824, o último grande confronto das guerras de independência na América do Sul.

“Considerando que este é o bicentenário da nossa independência, queríamos que esta data fosse valorizada no altar da liberdade da América, que é o pampa Ayacucho, onde toda a América se une e conquista sua independência”, disse Yuri Gutiérrez, prefeito Huamanga, Ayacucho, à rádio RPP.

A cerimônia acontecerá ao meio-dia e Castillo entrará na pampa de la Quinua em um cavalo morochuco, raça peruana dos Andes. O Ministério da Defesa informou que o desfile militar de Homenagem à Pátria pelo Bicentenário será realizado na sexta-feira, sem público devido à pandemia, na Praça Cáceres do Quartel-General do Exército.

Castillo foi proclamado presidente eleito na última segunda-feira pelo júri eleitoral, que levou seis semanas para analisar as contestações e recursos antes de declará-lo o vencedor da votação de 6 de junho contra a direitista Keiko Fujimori.

Renúncia

Ontem, três dias antes de sua posse, o chefe do Comando Conjunto das Forças Armadas do Peru, general do Exército César Astudillo, renunciou ao cargo, segundo uma fonte militar. “A renúncia está confirmada, não vamos dar mais detalhes”, disse uma fonte do Comando Conjunto das Forças Armadas, que pediu anonimato.

De acordo com o jornal Perú 21, Astudillo solicitou seu passe de aposentadoria e pediu que fosse efetivado na quarta-feira, 28 de julho. Não foi confirmado se a decisão foi aceita pelo presidente interino, Francisco Sagasti, ou pela ministra da Defesa, Nuria Esparch, segundo o jornal El Comercio

Astudillo estava no comando do Comando Conjunto das Forças Armadas desde outubro de 2018 e foi o responsável pela mobilização militar em apoio à pandemia do coronavírus. Em meio ao segundo turno eleitoral, um grupo de militares aposentados realizou passeatas de apoio a Keiko Fujimori, mas os oficiais das Forças Armadas permaneceram à margem, respeitando a Constituição. (Estadão)

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