
No Brasil, apenas 1 em cada 5 alunos da educação básica está matriculado no ensino em tempo integral, conforme o Censo Escolar de 2024, divulgado nesta quarta-feira (9/4) pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
No Brasil, apenas 1 em cada 5 alunos da educação básica está matriculado no ensino em tempo integral, conforme o Censo Escolar de 2024, divulgado nesta quarta-feira (9/4) pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
De acordo com o levantamento oficial, o Brasil tem ao todo 47.088.922 alunos matriculados. Destes, o total que estuda ao menos sete horas diárias nas fases da educação infantil, ensino fundamental e ensino médio chega a 9.231.323, o que equivale a 19,6% do total, ou praticamente 1 em cada 5 alunos.
O indicador tem subido ao longo do tempo, mas de forma tímida. Em 2015, 15,8% dos alunos estavam matriculados no tempo integral. A longo do tempo houve variações e, em 2021, estava em 13,7%. De lá para cá, subiu consecutivamente, e no ano passado ficou em 18,1%.
A coordenadora de Políticas Educacionais do Todos Pela Educação Natália Fregonesi reconhece o crescimento pequeno no número de matrículas na educação de tempo integral. No entanto, ela vê como positivo o avanço.
“Acho que é um ponto de avanço importante, um sinal de que as redes de ensino estão agora começando a dar prioridade a essa política, a essa educação em tempo integral. Inclusive, o governo federal, nessa gestão, lançou o Programa de Escolas em Tempo integral, tentando incentivar as redes de ensino a aumentarem o número de matrículas em tempo integral”, afirma a especialista.
A fase do ensino com maior porcentual de alunos no tempo integral é a de creche, com 59,5%. Depois, reduz para 15,8% na pré-escola, fica em 15% no ensino fundamental 1, e vai para 17,8% no ensino fundamental 2. O ensino médio tem 21,7% dos estudantes no tempo integral.
Fregonesi explica que a educação integral bem planejada vai muito além de uma carga horária maior, o que vai contribuir para melhorar a formação dos estudantes.
“Na escola de tempo integral, os estudantes têm a oportunidade de não só passar mais tempo na escola, mas passar mais tempo com qualidade. As escolas de tempo integral que têm um currículo alinhado, que conseguem ter disciplinas eletivas, que trabalham com projetos de vida, têm toda uma proposta pedagógica diferenciada para garantir que o estudante tenha uma formação como cidadão, uma formação para a vida, uma formação para o mundo do trabalho”, afirma.
Educação profissional
O Censo Escolar também revelou que a educação profissional teve um crescimento no número de matrículas. Foram incrementadas 162,5 mil novas matrículas, o que fez o total a ficar em 2.576.293, aumento de 6,7%. O crescimento foi menor que o de 2022 para 2023, com taxa de 12,1%.
A distribuição das unidades com formação profissional revela uma grande desigualdade entre as regiões brasileiras. A região Sudeste é a que possui maior oferta. Lá, a cada 12,6 escolas, uma oferta educação profissional. Por outro lado, a Norte é a com menor oferta: a cada 26,7 escolas, uma tem o ensino profissional.
Outros números do Censo
O Brasil tem 47.088.922 estudantes matriculados. O número representa uma redução de 0,4% em relação a 2023. Conforme o levantamento atual, há 9.517.832 alunos em unidades privadas, o que representa pouco mais de 20% do total.
A educação infantil, que compreende creche e pré-escola, conta com 9.491.894 estudantes. Os demais estão no ensino fundamental (26.002.356), ensino médio (7.790.396), educação profissional (2.576.293), educação de jovens e adultos (EJA) (2.391.319) e educação especial (2.076.825). A soma das matrículas supera os 47 milhões de alunos porque um mesmo aluno pode pertencer a mais de uma modalidade, como ensino médio e educação especial, por exemplo.
Em todo o país, são 179.286 estabelecimentos de ensino. O ensino fundamental é a fase que possui mais unidades, com 120.935, seguido pela educação infantil, com 114.576. Com informações de Metrópoles.