WASHINGTON –  O Congresso dos Estados Unidos tornou público ontem (2), após autorização do  presidente Donald Trump, a publicação do polêmico memorando que questiona a imparcialidade do FBI em relação ao Partido Republicano, em meio a um ambiente de crescente tensão política.

O anúncio da autorização ao Congresso para tornar público o documento foi feito pelo próprio Trump na Casa Branca momentos antes. “O que está acontecendo em nosso país é uma desgraça. Muita gente deveria sentir vergonha”, disse o presidente no Gabinete Oval.

Mais cedo, Trump  acusou o FBI e o departamento de Justiça de terem politizado as investigações a favor do Partido Democrata. “Os mais altos dirigentes do FBI e do departamento de Justiça politizaram o sagrado processo de investigação a favor dos democratas e contra os republicanos”, tuitou Trump, sem definir a que época fazia referência. “Isso teria sido impensável há pouco tempo”, acrescentou, elogiando, no entanto, o trabalho de agentes que são “fantásticos”.

O memorando – inédito – foi elaborado pelo polêmico chefe do Comitê de Inteligência da Câmara dos Deputados, o republicano Devin Nunes, contra a opinião dos membros democratas de sua comissão e a partir de informações secretas.  Esse relatório baseia-se nas escutas que o FBI realizou de um membro da equipe de campanha eleitoral de Trump em 2016, no marco geral das investigações sobre a alegada interferência da Rússia nas eleições presidenciais daquele ano.

Nunes pediu permissão ao presidente para tornar o documento público, mas o gesto imediatamente desencadeou uma verdadeira tempestade política na capital americana, a ponto de o próprio FBI pedir publicamente que o memorando fosse mantido em sigilo.

Em resposta, a Associação de Agentes do FBI disse que os investigadores da polícia federal americana não permitiram e não permitirão a contaminação das investigações por motivações partidárias. / REUTERS, AFP e AP

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