A confissão feita a peritos do Instituto de Criminalística da Polícia Civil de que teria furado o sinal vermelho, no acidente que matou o motociclista Rafael Elienai Ribeiro Pinto (foto em destaque), 34 anos, na madrugada de domingo (9/5), será utilizada como prova no processo de investigação contra o dentista que dirigia um Sandero. As informações são de Banda B.
A afirmação é do delegado Leonardo Carneiro, em entrevista nesta segunda-feira (10/5). De acordo com o delegado, o motorista fez a confissão aos peritos de criminalística que atenderam a ocorrência na esquina das Ruas Visconde de Guarapuava com a Marechal Floriano Peixoto, no centro de Curitiba.
“Segundo informações preliminares da Polícia Militar, eles disseram que motorista do veículo Sandero teria informado ao perito do instituto de criminalística que ele passou no sinal vermelho. Isso aliado ao fato de que estava sobre influência de álcool e ter gerado um óbito fez com que ele fosse autuado em flagrante pelo crime de homicídio culposo na direção de veículo automotor e qualificado pela embriaguez”, explicou o delegado.
Segundo ele, durante o interrogatório o dentista permaneceu em silêncio, mas o fato dele confessar a autoria de um crime é um indício de prova para a apuração de polícia daqui para frente.
“Claro que dependemos de outras diligências. Vamos tentar coletar imagens e outras testemunhas que tenham presenciado os fatos”, completou
Leonardo Carneiro explicou que a culpa por ele ter um ultrapassado o sinal vermelho e embriaguez ao volante são qualificadoras do crime de homicídio, mas que ainda não há elementos suficientes que caracterize um dolo eventual (quando há intenção de matar).
“É claro que isso pode alterar no inquérito policial quando a gente for comprovar a velocidade que estava na via em relação a velocidade máxima permitida”, lembrou.
O motorista causador do acidente permanece preso e não cabe fiança pela autoridade policial. Caberá ao Poder Judiciário a decisão de manter o motorista preso ou não.
Motociclista trabalhava e dentista saía de festa
Rafael estava trabalhando com entrega de refeições para uma pizzaria e continuava ao longo da madrugada. O condutor do Sandero que bateu na moto de Rafael logo confessou que estava alcoolizado. Ao fazer o teste etilômetro, constatou-se que ele estava com 0,54 mg/L de álcool no sangue. Em bafômetros, se o nível alcoólico de uma pessoa passar de 0,33 mg/L, qualquer infração cometida pode ser considerada como crime de trânsito.
“A vida do meu parceiro foi ceifada por um cara bêbado, imprudente, irresponsável, que tirou a vida de um pai de família”, diz um amigo de Rafael . De acordo com Batalhão de Polícia de Trânsito (Bptran), o condutor do Sandero trabalhava como dentista e teria saído para uma festa à noite.
Um protesto foi marcado por motociclistas na Av. Visconde de Guarapuava, no início da tarde desta segunda-feira, para pedir justiça no caso da morte de Rafael, que deixa cinco filhos.