Folha de S.Paulo – O presidente indonésio, Joko Widodo, anunciou na segunda-feira (26) que uma área no leste da ilha de Bornéu foi escolhida para abrigar a nova capital do país, uma vez que a atual, Jacarta, está ameaçada pelo aumento do nível do mar e por problemas no solo causados pelo peso dos edifícios.

O local foi escolhido por apresentar um baixo risco de desastres naturais, como enchentes, terremotos, tsunamis e erupções vulcânicas, disse o presidente. Uma grande parte do território indonésio está localizada no cinturão de fogo do Pacífico.

O novo local fica na província de Kalimantan, na parte indonésia da ilha de Bornéu (que é dividida ainda com Malásia e Brunei), e entre as cidades de  entre as cidades de Balikpapan e Samarinda.  

A região foi escolhido por ter uma localização estratégica, no centro da Indonésia, acrescentou o presidente. O país é formado por cerca de 17.000 ilhas. 

O novo local, porém, está em uma região de floresta tropical com grande biodiversidade, o que desperta temores entre ambientalistas de que possa haver devastação. 

“Não vamos afetar nenhuma floresta protegida. Em vez disso, vamos reabilitá-las”, disse o ministro do Planejamento, Bambang Brodjonegoro, ao jornal South China Morning Post. 

A mudança ainda depende de aprovação do Parlamento. A expectativa é que cerca de 1,5 milhão de funcionários se mudem para a nova cidade, que ainda não foi tem um nome oficial, a partir de 2024.  ​

Jacarta, que fica na ilha de Java (ao sul) seguirá sendo um centro econômico.

A cidade tem 10 milhões de habitantes em sua área principal e 30 milhões nos arredores. Ali se concentra 60% da população do país. 

O anúncio da nova capital ocorre em meio às inquietações com a atual capital, que está afundando, em parte devido ao aumento do nível dos oceanos. No ritmo atual, um terço da cidade pode desmoronar e acabar submersa até 2050, segundo especialistas em meio ambiente ouvidos pela agência AFP. 

Cerca de 40% de Jacarta está abaixo do nível do mar. 

A cada ano, entre 10 e 20 cm de seu território é engolido pelo mar, uma das taxas mais rápidas do mundo, e o governo promete fazer obras para conter as águas. 

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