Bruno Pereira e Dom Phillips desapareceram em junho do ano passado na região do Vale do Javari e foram encontrados mortos

O ministro Ribeiro Dantas, do Superior Tribunal de Justiça, negou na terça-feira (14) à noite liminar a Amarildo da Costa Oliveira, o “Pelado”, Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como “Dos santos”, e Jefferson da Silva Lima, suspeitos de envolvimento nas mortes do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips. A defesa dos três acusados foi ao STJ pedindo a volta dos suspeitos para um presídio em Manaus.

Ao analisar o recurso, o ministro do STJ não constatou urgência que justificasse a concessão de uma liminar e manteve os três presos em penitenciárias federais.

A defesa dos acusados argumenta que a transferência para os presídios federais impossibilita a visita de familiares, por serem pessoas pobres, além de enfraquecer o trabalho da defesa.

Risco de fuga

Em dezembro, os três foram transferidos de Manaus para presídios federais em outros estados.

A Polícia Federal e o MPF entenderam que havia risco de fuga e risco de morte no presídio estadual, já que o suposto mandante não teria sido identificado ainda.

Além disso, o MPF viu indicativos de que os investigados podem estar vinculados a associação criminosa e que as mortes tiveram correlação com as atividades em defesa da coletividade indígena.

O caso                   

O indigenista Bruno Pereira e o jornalista britânico Dom Philips foram mortos em junho do ano passado, quando navegavam pelo rio Itaquaí, nas proximidades da Terra Indígena Vale do Javari (AM).

Os executores foram Amarildo Oliveira, o Pelado; seu irmão Oseney de Oliveira, o Dos Santos; e Jefferson da Silva Lima, o Pelado da Dinha, conforme denúncia do MPF.

No mês passado, a Polícia Federal no Amazonas afirmou que os assassinatos do indigenista e do jornalista tiveram um mandante.

Segundo o ex-superintendente da PF Eduardo Fontes, que esteve no cargo durante a maior parte das investigações, o caso está 90% concluído e há “indícios veementes” de que Ruben Dario da Silva Villar, o Colômbia, é o mandante dos crimes.

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