O vice-presidente da CPI da Covid-19, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou, nesta quinta-feira (6/5), que é constrangedor para o Exército o fato de o general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, se negar a comparecer à comissão sob alegação de ter contato com pessoas infectadas por Covid-19 e, ainda assim, se encontrar com o ministro Onyx Lorenzoni, da Secretaria-Geral da Presidência.
“A palavra do Comando do Exército tem fé pública, assim como de qualquer outra autoridade. É no mínimo constrangedor para o Exército brasileiro quando um general de quatro estrelas se nega a comparecer à CPI e recebe um ministro de Estado, tendo alegado para não comparecimento estar infectado”, declarou.
Randolfe destacou que a comissão deve requisitar o teste de Covid-19 do ex-ministro e destacou que Pazuello pode ter cometido infrações ao se encontrar com Onyx.
“No mínimo, é infração à ordem sanitária receber pessoas estando infectado em sua casa. No máximo, obstrução à investigação”, ponderou.
O depoimento de Pazuello seria nessa quarta-feira (5/5), mas ele alegou à CPI ter tido contato com dois servidores infectados por Covid-19 para não comparecer.
A oitiva voi adiada para o próximo dia 19 de maio. A princípio, os senadores não pretendem antecipar a data do depoimento.
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, é o terceiro depoente da CPI da Covid-19. O depoimento já durava cerca de 7 horas, mas houve um intervalo por causa da ordem do dia no Senado e voltará ainda nesta quinta.
Antes, os senadores ouviram os esclarecimentos dos ex-ministros Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich. O general Eduardo Pazuello só será ouvido em 19 de maio, uma vez que teve contato com duas pessoas infectadas pelo novo coronavírus.
A CPI da Covid-19 tem o objetivo de investigar as ações e omissões do governo federal no enfrentamento à pandemia e, em especial, no agravamento da crise sanitária no Amazonas com a ausência de oxigênio, além de apurar possíveis irregularidades em repasses federais a estados e municípios. (Metrópoles)
