Na noite de Natal, na hora da troca de presentes, o menino José, que nunca tinha comemorado o Natal, perguntou para o seu pai adotivo: — Papai, o que é o Natal? — O Natal, meu filho, é a festa cristã, onde comemoramos o nascimento do Menino Jesus, que veio ao mundo para nos salvar — respondeu todo feliz o pai. E sua esposa citando Santo Agostinho, completou: — “Chama-se dia do Natal a data em que a Sabedoria de Deus se manifestou como criança e a Palavra de Deus, sem palavras, imitou a voz da carne. A divindade oculta foi anunciada aos pastores pela voz dos anjos e indicada aos magos pelo testemunho do firmamento. Com esta festividade anual celebramos, pois, o dia em que se realizou a profecia: A verdade brotou da terra e a justiça desceu do céu”.

Ouvindo aquelas sábias palavras, José abraçou os pais e disse: — Como eu sou feliz por morar com vocês. — Você é o nosso filho e nós somos a sua família, meu filho! — disse a mãe de José. Em seguida, José perguntou: — O que é uma família, mamãe? — Família, meu filho, é isso que estamos vivendo aqui — disse seu pai. E a sua mãe completou: — Não é porque você não é nosso filho biológico que você não é da nossa família. Ou seja, meu filho, família é a convivência saudável, respeitosa, carinhosa e afetuosa entre pessoas que se amam, independentemente de laços sanguíneos.

José pensou um pouco e em seguida continuou bombardeando seus pais de perguntas. — Mamãe, a senhora está querendo dizer que algumas famílias não são famílias? Como assim? — Isso mesmo, meu filho! O que adianta as pessoas morarem debaixo do mesmo teto mais não se respeitarem, não possuírem carinho, afeto e amor uns para com os outros? Isto não é família, meu filho! — disse seu pai. — Só porque possuem lanços sanguinhos não quer dizer que formam uma família, filho! — completou sua mãe.

E tentando ajudar na formação cristã do filho, o pai de José voltou a ensinar: — Jesus, Maria e José formavam uma verdadeira família. — Quem é José, papai? — José foi o pai de Jesus, filho! — Mas Jesus não era filho de Deus? — Oh, filho, não me faça perguntas difíceis. — Então tá bom papai! Só me tire mais uma dúvida. Por que o meu nome é José? — Ah, meu filho, essa daí é fácil. Você se chama José porque queríamos fazer uma homenagem ao meu pai, que também se chamava José. — Ah, tá bom papai. Agora entendi. O meu nome é uma homenagem ao meu avô paterno. — Isso mesmo, filho! — respondeu seu pai todo contente.

A mãe de José, abraçando carinhosamente o filho e com lágrimas nos olhos, continuou: — E também porque queríamos homenagear o pai de Jesus aqui na terra, filho! — Quer dizer mamãe, que Jesus tinha dois pais? Como assim? — isso mesmo, filho! Jesus tinha o pai Dele no céu, que se chamava Deus e o pai Dele na terra, que se chamava José. — Igualzinho a você, meu filho — disse o pai de José. — Como assim, papai? — Você tem um pai biológico, que você não conhece e eu, que estou aqui. — Como é bom ter uma família — disse José. — Então vamos continuar abrindo os presentes — concluiu a sua mãe. — Então vamos! — gritaram juntos pai e filho.

Luís Lemos é professor, filósofo e escritor, autor, entre outras obras, de Filhos da Quarentena: A esperança de viver novamente, Editora Viseu, 2021. https://www.editoraviseu.com.br/filhos-da-quarentena-prod.html?___SID=U
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