A Vivara sofreu um tombo de R$ 1,5 bilhão em valor de mercado desde a última sexta-feira, 15, quando anunciou a mudança do seu CEO.
De acordo com dados da Elos Ayta Consultoria, o valor de mercado da empresa acumulava uma queda de 21% na semana, até as 13h desta quinta-feira, 21, encolhendo de R$ 7,2 bilhões para R$ 5,6 bilhões. Só no pregão de hoje, os papéis recuavam 9% na B3.
Fundador assume o cargo de CEO
Em Fato Relevante enviado na sexta, a companhia anunciou que Nelson Kaufman, fundador e maior acionista da Companhia, assumiu o cargo de Diretor Presidente, em substituição a Paulo Kruglensky. A empresa afirmou que a decisão foi tomada em comum acordo.
A mudança gerou desconfiança do mercado. Para Eduardo Brasil, advogado sócio do escritório Fonseca Brasil, a nomeação de Kaufman pode representar um conflito de interesses.
“Quando um fundador e principal acionista assume papel de C-level de uma companhia como a Vivara há um claro conflito entre as vontades pessoais e o que necessariamente deve ser produtivo para perpetuidade do negócio, incluindo os interesses dos stakeholders envolvidos. A figura do acionista que exerce poder de influência pode representar melhores ganhos na operação em si, porém, sem dúvida tal nomeação é uma perda em termos de governança”, explicou.
Companhia teve receita recorde em 2023
Nesta quinta-feira a empresa anunciou os resultados de 2023 com um crescimento de 19,6% no Ebitda Ajustado e Receita Bruta Recorde de R＄ 2,8 bilhões. O aumento em 2023 foi de 21,2%.
No 4º trimestre, a receita bruta foi de mais de R＄ 1,0 bilhão, crescimento em 24% na comparação com o igual período de 2022. No mesmo período, a Receita Líquida totalizou R＄ 778,1 milhões, um crescimento de 20,8%.
Apesar do crescimento, o mercado se viu frustrado com os números devido aos maiores gastos da empresa com expansão e aumento dos impostos sobre os resultados.
Com informações de ISTOÉ
