Ministro dos Transportes, Renan Filho, durante audiência pública nas comissões de Infraestrutura (CI) e de Desenvolvimento Regional (CDR) do Senado (Foto: Lula Marques/Agência Brasil)

O ministro dos Transportes, Renan Filho, determinou, nesta terça-feira (21/03), a transferência da gestão da BR-319, que liga Manaus (AM) a Porto Velho (RO), para a superintendência regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) no Amazonas. A decisão atende pedido feito pelo senador Eduardo Braga (MDB/AM) durante audiência pública conjunta das comissões de Infraestrutura e de Desenvolvimento Regional do Senado.

“Não havendo qualquer óbice legal, que a gente retorne a gestão da BR-319 para a superintendência do Amazonas, até porque não há sentido, e porque a superintendência de Rondônia tem muito a fazer”, afirmou o ministro após ouvir os apelos do parlamentar amazonense.

“A situação é tão dramática, ministro, que tivemos que acionar a ANTAQ (Agência Nacional de Transportes Aquaviários) porque faltou combustível na balsa que faz a travessia numa área onde uma das duas pontes desabou”, relatou Eduardo Braga.

Junho de 2022 – A medida encerra um impasse iniciado em junho do ano passado, quando o DNIT, por meio de uma portaria, transferiu a administração de quase 500 quilômetros da BR-319, situados em território amazonense, para a superintendência regional do órgão em Rondônia. A área fica entre os quilômetros 250,7 e 740, abrangendo o conhecido “Trecho do Meio”, um dos percursos mais problemáticos de toda a rodovia.

Na época, a decisão foi duramente criticada, especialmente pela “Associação Amigos da BR-319”. Integrantes do movimento afirmavam que o território transferido atravessa seis cidades do Amazonas – Careiro Castanho, Manicoré, Beruri, Tapauá, Humaitá e Canutama, e que aquela medida representava mais um atraso na reconstrução, pois Rondônia fica mais distante dos pontos críticos da BR.

Caos – Ao ministro e aos demais presentes na audiência, Eduardo Braga definiu como caótica a situação das rodovias federais que serpenteiam a região Norte. Como exemplo, citou a BR-174, que liga Manaus (AM) a Boa Vista (RR). “No início deste ano, ela estava praticamente intransitável”, disse ele, que, em seguida, agradeceu as intervenções emergenciais realizadas na rodovia por determinação do Ministério dos Transportes.

O parlamentar alertou, no entanto, para a necessidade de realização de obras de recuperação de fato, pois, segundo ele, a BR-174 pode apresentar problemas semelhantes aos já registrados na BR-319 e nas demais rodovias federais. “As BRs não se resumem à 319 e à 174. Nós temos a 230 (Transamazônica), que também tem dificuldades. Nós temos dificuldades na 317 e  na 307. Ou seja, as BRs da Amazônia foram simplesmente abandonadas. ”

Máximo esforço – Renan Filho garantiu que vai se esforçar ao máximo para dar “ao povo de Manaus o direito de se integrar ao Brasil” e “dar também ao Estado do Amazonas do direito de se integrar com o extremo norte do país”. “Nós estamos trabalhando nisso diariamente. Eu tenho cobrado pessoalmente o DNIT acerca disso tudo”, disse o ministro, que destacou a biografia política de Eduardo Braga. “Além de um senador muito experimentado, foi governador do Amazonas duas vezes e conhece isso detalhadamente”, declarou.

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