A sociedade atual, marcada por vários tipos de preconceito, etnocentrismo e relativismo, caminha para a perda da esperança e da confiança no nosso tempo. A ética, a boa educação, os valores, já não estão sendo mais praticados no cotidiano das pessoas. Parece que ser cavalheiro, gentil, educado, tornou-se sinônimo de frescura, algo ultrapasso, careta, fora de moda.
Como o professor, em sala de aula, pode contribuir para que os alunos possam aprender e praticar os valores de civilidade, companheirismo, solidariedade e amor ao próximo? Como ensinar a ética, o respeito mútuo, a amizade sincera e a convivência pacifica na escola? É possível ensinar moral e ética na escola de forma lúdica? Por que a ética, a moral, a religião, tornou-se desinteressante hoje para uma grande parcela de crianças e jovens?
Naturalmente não temos respostas para essas perguntas. O que sabemos, por experiência própria, é que se esses valores forem colocados em prática, posteriormente, serão lembrados com grande honra. Hoje, no mundo corporativo, valores como solidariedade, companheirismo, honestidade estão sendo incorporados à própria ideia de trabalho de qualidade e competência. Ou seja, o sucesso profissional de uma pessoa está associado aos valores praticados por ela.
Por outro lado, acreditamos que o extremismo nunca favorece o diálogo, e sem diálogo não há educação. Certamente você se lembra, não faz muito tempo, nas décadas de 70 e 80, o estudante nada podia na escola. Hoje, vivemos o lado oposto, o estudante tudo pode. Dessa forma, somos da opinião de que não basta apenas o endurecimento da disciplina, bem como o afrouxamento das regras.
É preciso que o estudante tenha amor e respeito pelas leis, e não temor. Afinal de contas, “o amor educa, a repressão amansa”. Que nossos alunos sejam educados e não mansos!
Por tudo isso, podemos dizer, sem medo de errar, que um professor, assim como um pai, sempre deseja o melhor para os seus alunos. Queremos sempre que nossos alunos sejam realizados, tanto do ponto de vista pessoal como profissional. Desejamos que eles se deem bem na vida. Que encontrem um trabalho digno, que paguem seus impostos, que sejam felizes. Portanto, é preciso que o estudante aprenda, de uma vez por todas, que o respeito à disciplina, as regras, as normas estabelecidas, favorecem a formação de seu caráter e, consequentemente, o sucesso de sua vida pessoa e profissional.
Enfim, a ética nos ensina o caminho da retidão, do bem comum, do sucesso. Nunca devemos aceitar os conchavos, os acordos políticos que beneficiam apenas uma minoria em detrimento do sacrifício da maioria. Somente a ética, o respeito pela vida, a prática dos valores humanos, como, por exemplo, o respeito mútuo e a solidariedade, nos fazem felizes. Sejamos éticos, sejamos felizes!
Luís Lemos
Filósofo, professor universitário e palestrante. Autor dos livros: O primeiro olhar – A filosofia em contos amazônicos (2011), O homem religioso – A jornada do ser humano em busca de Deus (2016); Jesus e Ajuricaba na Terra das Amazonas: Histórias do Universo Amazônico (2019). Fone: 988236521. E-mail: [email protected]