Fotos: Divulgação PF

A Polícia Federal em conjunto com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e o Ministério Público do Trabalho (MPT), deflagrou a “Operação Mineração Obscura”. Iniciada na última sexta-feira (26), a operação mira a repressão ao garimpo ilegal na cidade de Maués, no Amazonas, onde foram identificadas práticas extremamente preocupantes de exploração de trabalhadores.

Investigações e ações no terreno revelaram a existência de mais de 70 garimpeiros trabalhando em condições extremamente degradantes, descritas como análogas à escravidão. Os trabalhadores, que atuam na extração de ouro em poços subterrâneos, operam sem nenhum equipamento de proteção individual, colocando suas vidas em risco diário.

Além das condições de trabalho precárias, foi constatada a prática de servidão por dívida, uma forma de exploração onde os trabalhadores se tornam economicamente presos aos operadores do garimpo, incapazes de deixar o trabalho devido a dívidas acumuladas, muitas vezes artificialmente infladas pelos próprios empregadores.

A operação também desvendou que o garimpo em questão é um dos mais lucrativos de toda a América Latina, com produção diária estimada em mais de 6kg de ouro. Esse lucro elevado contrasta severamente com a realidade sombria enfrentada pelos trabalhadores explorados.

A “Operação Mineração Obscura” não apenas busca cessar as atividades ilegais, mas também assegurar a proteção dos direitos humanos dos trabalhadores afetados e a preservação ambiental na região. As autoridades prometem responsabilizar legalmente os envolvidos no garimpo ilegal e tomar todas as medidas necessárias para resgatar e assistir adequadamente os trabalhadores encontrados em situação de vulnerabilidade.

A operação está programada para continuar até o dia 03 de maio, quando um balanço detalhado das ações será divulgado pela Polícia Federal. Este esforço coordenado reflete a seriedade com que o Brasil está tratando as questões de exploração laboral ilegal e o compromisso com a erradicação de práticas que violam os direitos humanos e degradam o meio ambiente.

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